segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Animais silvestres superlotam hospital

Cerca de 150 bichos feridos estão em tratamento; nova ala está em construção.O Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está com superpopulação de animais silvestres, principalmente filhotes vítimas de queimadas, atropelamentos, abandono e tráfico. Cerca de 150 animais estão acomodados em baias para cavalos até ganharem condições de serem devolvidos ao habitat ou doados a zoológicos e criatórios credenciados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Uma nova ala de 250 metros quadrados está sendo construída dentro do hospital, com espaço para a acomodação exclusiva de cada espécie, inclusive animais aquáticos. A obra deverá ficar pronta até o fim do ano. “Vamos atender todas as exigências do Ibama quanto à estrutura e adequações para alojamento dos animais. Vamos ter ambulatório clínico, sala de cirurgia com equipamentos apropriados para animais silvestres. Também está prevista a construção de uma carreta para o transporte de animais de grande porte, uma das nossas dificuldades”, disse André Quagliatto, responsável pelo setor de animais silvestres do hospital.

Além de papagaios, tucanos, corujas, tamanduás, coelhos e um veado campeiro, até um filhote de urubu faz parte da população do Hospital Veterinário. Dois filhotes de onças pardas chegaram nesta semana, socorridos em queimadas da região, abandonados pelos pais que procuram abrigo e alimentos nas plantações de cana.

O processo de reintrodução dos animais acontece principalmente em reservas mais próximas a Uberlândia, como a Reserva Ecológica do Panga, próxima à represa de Volta Grande. Os animais que não podem ser soltos serão encaminhados para zoológicos e criatórios regularizados no Ibama.

Grande parte dos animais internados foi vítima de queimadas, atropelamentos, abandono e tráfico



Uberlândia tem 12 criadores

Segundo Daniela de Aguiar, do Ibama em Uberlândia, há cerca de 12 criadores conservacionistas que podem criar animais silvestres na região. Os interessados podem fazer um projeto e submetê-lo ao Ibama. Além de fiscalizados pelo instituto, os criadores devem contratar um biólogo, zootecnista ou veterinário. “A criação de animais silvestres em ambiente doméstico é proibida. Quem for apanhado criando animais terá que pagar multas que vão de R$ 500 a R$ 50 mil por cabeça. Apenas criadores conservacionistas tem autorização para criar animais da fauna brasileira”, afirmou Aguiar.

Os animais que não podem ser soltos serão encaminhados para zoológicos e criatórios regularizados no Ibama



Denúncias

Denúncias e informações sobre animais silvestres podem ser feitas pelos telefones 3232-6580/3232-6537(Ibama) e 3218-2135/3218-2696 (Hospital Veterinário – UFU) ou pelos sites Ibama e Renctas

Eder Soares
Programa de Aprimoramento Profissional

Jornal Correio de Uberlândia

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